31 de julho de 2011

#FalaProfissa | Além do "Fotoxopi"

Quando entrei no curso de Design Gráfico, um ano e meio atrás, achei que meu sonho estava realizado: passaria um curso inteiro apenas “brincando” com os softwares que tinha em casa – Photoshop, Illustrator e demais. Ou que entraria para aprender a desenhar e me tornar um expert. A grande surpresa foi descobrir que o que seria aprimorado ali era o meu cérebro, treinando-o a projetar soluções e alternativas criativas e eficientes para problema.

Projetar é a palavra chave. “Design”, diferente do que muitos pensam, não deriva de “desenho”, mas sim de projeto. Segundo o dicionário, projetar é planejar. Assim como fazer planos de uma viagem ou projetos para uma casa levam certo tempo, criar projetos de Design (quase um pleonasmo) também exige paciência. Não há uma ordem a seguir para desenvolver um bom projeto, porém há maneiras de direcioná-lo a uma solução eficaz.

Passo 1. Identificação do problema.

Tudo começa a partir da definição e identificação do problema (usarei como exemplo a dificuldade de localizar pontos históricos em uma cidade). Após a identificação, é preciso caracterizar o universo ao redor do problema, como público alvo, contexto, concorrentes – dependendo do problema – (no nosso exemplo, o público seria turistas, alfabetizados, classes sociais A e B, e o contexto poderia ser caracterizado como o ambiente em que os pontos turísticos se encontram: afastados da cidade, cercado por árvores).

Passo 2. Pesquisar problemas semelhantes.

Após ter o problema destrinchado, é importante pesquisar soluções dadas a problemas semelhantes. No caso do nosso exemplo, procuraríamos cidades que possuem uma boa sinalização dos seus pontos históricos, além de procurarmos exemplos de sinalizações e outras soluções para este problema.

Passo 3. Briefing de criação.

Recolhida todas as informações referentes ao seu problema, é hora de definir que solução dar. Neste exemplo, a solução dada seria desenvolver placas de sinalização que seriam colocadas em locais estratégicos, além de possuir uma linguagem simples.

Passo 4. Geração de alternativas.

A partir da solução escolhida, você começa a rabiscar algumas alternativas. Por exemplo, alguns rabiscos de placas de sinalização, ícones e ideogramas. É importante desenvolver bastantes alternativas para você ter mais parâmetro na hora de selecionar a melhor.

Passo 5. Desenvolvimento.

Quando tiver a alternativa ideal, você começa a desenvolvê-la melhor. É aí que entram os softwares, dando forma ao seu rabisco.

Passo 6. Solução.

Sua solução está finalizada! É importante, após terminar o desenvolvimento dela, testá-la ou pedir opinião de outras pessoas para que você possa confirmar a eficácia da solução.

Após aprender esta metodologia, definitivamente percebemos que o software é mais uma ferramenta de auxílio para o Design e não seu centro. Tudo deve girar em torno de informações fundamentadas, com propósitos, para que a mensagem seja entendida pelo público alvo. Este, entretanto, é assunto para outro post! E, lembrem-se, nem sempre a mente e gostos do público-alvo são os mesmos que o seu. J

Pedro Nekoi, 19 anos é estudante de Design Gráfico na IFPB e é assistente de direção de arte na SuperLiga66. Nascido em Recife, atualmente pessoense, sua inspiração são as artes hiper-coloridas e infantis japonesas. Confira os trabalhos dele aqui

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